Propuesta del Panel:
O SERVIÇO SOCIAL NO BRASIL – CONTEMPORANEIDADE E DESAFIOS: CONJUNTURA BRASILEIRA E MUNDIAL – REALIDADE PRÉ E PÓS-PANDEMIAAna Rojas Acosta[1]Maria D’Alva Macedo Ferreira[2]Maria do Rosário de Fátima e Silva[3]Simone de Jesus Guimarães[4] RESUMOO Brasil é um país de contrastes. De um lado, rico economicamente, pairando sobre poucos um “mar” de prosperidade. De outro lado, ostenta níveis assombrosos de desigualdades econômicas, sociais e políticas. Nesse rumo, milhares de pessoas das classes vulneráveis sobrevivem com dificuldades diversas. Palavras-chaves: Serviço Social. Brasil. Mundo.Esse é um país com distinções de gênero, raça, etnia e classe social. É a situação, por exemplo, dos portadores de doenças mentais, os que sofrem de algum distúrbio de saúde etc. Nas distinções de gênero, mulheres, homens, crianças, homossexuais etc., que não se situam nas “classificações” geradas por uma sociedade machista, misógina e preconceituosa, convivem com múltiplas formas de discriminação e preconceito. De norte a sul do Brasil, são inúmeros fatos que solapam o cotidiano sofrido de milhões de brasileiros. Índios e negros têm sido os que mais convivem com essa realidade. A concentração de renda e de riqueza existente é histórica. Assim, enquanto uns poucos detêm maior poder econômico e social, milhões ficam à mercê da benevolência e da caridade de outros brasileiros. Neste último caso, têm-se instituições da sociedade que se dedicam a minimizar o sofrimento desses brasileiros.Além do exposto, as classes ricas, historicamente, concentram o poder político reinante. Assim, são mais de 500 anos do “surgimento” do país em que essas classes dominam o quadro das principais decisões do país. Seja no Congresso Nacional, seja nas casas legislativas estaduais e municipais, seja nos governos estaduais e municipais tais classes usufruem de privilégios variados. No Judiciário não é diferente, pois, no geral, são pessoas provenientes dessas classes. Isso não significa que os pobres pertencentes às classes empobrecidas não consigam ultrapassar as fronteiras aqui explicitadas.O quadro cultural não é diferente. A realidade retratada do país, sobretudo pelos meios de comunicação de massa é, no geral, a síntese de um Brasil feliz, sem preconceitos e injustiças. A cultura visibilizada é de um povo aberto, plural e multifacetado: um retrato ou autorretrato do que de fato ocorre no dia-a-dia do brasileiro. No cenário mundial, o país tem sido uma nação dependente. No geral, subjugado ao poder e à riqueza dos países capitalistas centrais, em especial, dos Estados Unidos da América. Face a esse engajamento o país depende dos ditames desses países. O atual presidente do país não foge a essa regra. Assim, um Brasil neoliberal que sucumbe aos ditames dos países capitalistas centrais. No país o Estado mínimo não é novidade: privatiza-se a coisa pública e se retiram direitos.O que se pode dizer do Brasil diante da realidade da pandemia do coronavírus que assolou o mundo? Se antes da pandemia o quadro de desigualdades era imenso, com a pandemia o quadro de miséria da população tornou-se assustador. São milhões de brasileiros vivendo no desemprego, na informalidade, em empregos temporários etc.O governante de plantão é um “convicto negacionista”. Deixou à deriva os trabalhadores e pobres, oprimidos por um capitalista desumano. A pandemia ceifou a vida de mais de meio milhão de brasileiros. De outro modo, o referido governante, tem reprimido as manifestações dos setores organizados da sociedade. Ressalta-se que a repressão aos movimentos sociais faz parte da história do país. É verdade que a Constituição de 1988 trouxe inúmeros benefícios sociais para a população. Mas, entre a legalização dessa lei e a realidade vivida pela população, a distância é enorme. O Brasil, um país rico economicamente, concentra a riqueza e o seu produto nas mãos de poucos brasileiros. Com o advento do coronavírus a realidade piorou. O Serviço Social atua nas sequelas da questão social. Tem contribuído para minimizar as problemáticas sociais que permeiam a população alvo de suas práticas profissionais. Seja na docência, seja na academia, seja através de suas formas de engajamento político, seja na implementação de políticas públicas, a profissão atua em consonância com o seu Código de Ética e suas leis específicas. Suas formas de inserção no social são esteios fundamentais que contribuem para suavizar ou mudar, dentro dos limites institucionais e políticos, a vida de milhões de brasileiros. Todo esse quadro nos remete a afirmar: o Brasil pré ou pós-pandêmico continua desigual e injusto. Lutar por justiça social é lema da profissão de Serviço Social. Coloca-se contra as desigualdades, ao lado dos oprimidos e busca democratizar as relações étnico-sociais e políticas. Resistir sempre! Recuar apenas quando os profissionais não possam avançar na direção da justiça social. [1] Professora Doutora da Universidade Federal de S.Paulo. Brasil. anroac@uol.com.br[2] Professora Doutora da Universidade Federal do Piauí. Brasil. mdalvaferreira@uol.com.br[3] Professora Doutora da Universidade Federal do Piauí. Brasil. mrosafat@gmail.com[4] Professora Doutora da Universidade Federal do Piauí. Brasil. simone.guimaraes@uol.com.br