Resumen:
O presente artigo tem como objetivo realizar um estudo bibliográfico sobre as condições e os desafios de acesso e de permanência do/a jovem das classes populares urbanas ao ensino superior público, a fim de identificar as políticas educacionais, em articulação com as políticas públicas e com os movimentos sociais na garantia da permanência estudantil enquanto direito do/a cidadão e dever do Estado. Os estudos teórico-metodológico propostos serão realizados a partir do aporte teórico de autores/as que possuem um referencial crítico-dialético em suas fundamentações teóricas, dentre eles/as, (BEHRING, 2020), (LIMA, 2020), (FREIRE, 1996) e (FERNANDES, 1985), de modo a refletir os impactos da crise econômica, política, social, ambiental e sanitária, acentuadas pelo novo coronavírus (Covid-19) sob as condições de vida dos/as jovens e de seus familiares das classes populares urbanas, haja vista os desafios impostos pela pandemia no acesso e na permanência à educação superior pública. A primeira parte deste estudo propõe refletir acerca dos principais ataques provocados pela ofensiva ultraneoliberal no âmbito da Educação Superior brasileira, de modo a identificar as principais transformações sócio-históricas da responsabilidade pública do Estado na garantia de políticas sociais e, especialmente as políticas de Educação Superior públicas, além de refletir sobre a gênese, a estrutura, as reformas, os avanços e os retrocessos no processo de construção das instituições de ensino superior no Brasil por meio da análise histórica sobre as principais tendências econômico-teóricas e a articulação dos movimentos estudantis que configuraram as políticas sociais do país e de toda América Latina. Tendo em vista as influências da hegemonia neoliberal, inaugura-se um processo de individualização da vida social que passa a ser compreendida com um problema isolado, acompanhada pela segmentação, despolitização e refilantropização da questão social, além da implantação de políticas sociais setoriais incapazes de construir um projeto de Educação Superior fundado em valores universais, democráticos e emancipatórios. Somadas a essas determinações contraditórias, nos deparamos com um profundo quadro de recessão que provoca fortes impactos e consequências no mundo do trabalho e, de forma mais expressiva, sob as condições de vida de discentes trabalhadores/as, sendo os mais visíveis a precarização das relações de trabalho, a geração de insegurança e de instabilidade econômica e política, cujas contradições tornam invisíveis o caráter exploratório do trabalho por meio dos mecanismos de consenso e de adesão ideológica, além das dificuldades para conciliar o trabalho com o tripé da universidade (Ensino, Pesquisa e Extensão). A segunda parte do estudo apresenta um panorama acerca dos principais impactos provocados pela pandemia do novo coronavírus (Covid-19), que expõe radicalmente como o sistema capitalista global responde às suas crises sistêmicas desde a década de 1970 do século XX, e que afetam diretamente as condições de vida dos/as discentes por meio da suspensão das aulas presenciais e à adesão ao ensino remoto, das dificuldades de acompanhar as aulas pela internet devido a falta de acesso a recursos tecnológicos, além de inexistirem espaços adequados em suas residências para prosseguirem com os estudos. Além disso, é possível identificar em curso os sucessivos retrocessos acentuados pelo (des) governo de Jair Messias Bolsonaro (2019 – 2022) no campo da educação, uma vez que o Ministério da Educação (MEC) tem sido marcado por várias entradas e saídas de ministros no seu comando ante a um contexto complexo que exige respostas imediatas para que os/as estudantes não sejam mais prejudicados/as em seus estudos, principalmente, os/as que realizarão o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) e irão prestar vestibulares para ingressar ao ensino superior. Por outro lado, também identificamos em curso vários projetos apresentados pelo Banco Mundial para a educação na América Latina, como por exemplo, o Future-se, o REUNI Digital (RD), além das (contra) reformas administrativas a favor da mercantilização financeira e da construção do projeto de universidade do grande capital. Tais projetos em curso contribuem para a sua expansão com a contenção de recursos, sem excluir o caráter fragmentado, multifacetado e privatizado da Educação Superior, influenciada por instrumentos de controle estatal e mercantil que asseguram a reprodução mundial do sistema capitalista. Nesse sentido, nos deparamos com um fator indispensável para as análises subsequentes: embora o novo coronavírus seja democrático, uma vez que toda a população se encontra sujeita a sua contaminação, este não atinge democraticamente todas as pessoas e tampouco produz os mesmos efeitos e riscos sociais às populações em condições de igualdade quando analisadas as suas particularidades. Logo, ao elucidar os desafios enfrentados para a garantia da permanência estudantil, também torna-se imprenscindível realizar a intersecção existente entre as categorias classe social, raça/etnia, gênero e sexualidade, exemplificadas por questões decorrentes das práticas de racismo, machismo, LGBTQIAPfobia, além de outras expressões de preconceito e de discriminação que se fazem presentes nos espaços da educação e que refletem diretamente nas condições de acesso e permanência à Educação Superior pública. Ademais, nos deparamos com uma longa jornada de luta e de resistência contra a ofensiva ultraneoliberal. É preciso caminhar reafirmando nossas forças políticas pela construção de uma universidade popular, universal e democrática, fundada em valores revolucionários que se opõem às determinações contraditórias da ideologia neoconservadora e de seu poder de persuasão. Conforme afirmado por Florestan Fernandes (1994), “que o futuro nos traga dias melhores e a capacidade de construir a universidade que está em nossos corações, nas nossas mentes e nas nossas necessidades”.
Propuesta del Panel:
O presente artigo tem como objetivo realizar um estudo bibliográfico sobre as condições e os desafios de acesso e de permanência do/a jovem das classes populares urbanas ao ensino superior público, a fim de identificar as políticas educacionais, em articulação com as políticas públicas e com os movimentos sociais na garantia da permanência estudantil enquanto direito do/a cidadão e dever do Estado. Os estudos teórico-metodológico propostos serão realizados a partir do aporte teórico de autores/as que possuem um referencial crítico-dialético em suas fundamentações teóricas, dentre eles/as, (BEHRING, 2020), (LIMA, 2020), (FREIRE, 1996) e (FERNANDES, 1985), de modo a refletir os impactos da crise econômica, política, social, ambiental e sanitária, acentuadas pelo novo coronavírus (Covid-19) sob as condições de vida dos/as jovens e de seus familiares das classes populares urbanas, haja vista os desafios impostos pela pandemia no acesso e na permanência à educação superior pública. A primeira parte deste estudo propõe refletir acerca dos principais ataques provocados pela ofensiva ultraneoliberal no âmbito da Educação Superior brasileira, de modo a identificar as principais transformações sócio-históricas da responsabilidade pública do Estado na garantia de políticas sociais e, especialmente as políticas de Educação Superior públicas, além de refletir sobre a gênese, a estrutura, as reformas, os avanços e os retrocessos no processo de construção das instituições de ensino superior no Brasil por meio da análise histórica sobre as principais tendências econômico-teóricas e a articulação dos movimentos estudantis que configuraram as políticas sociais do país e de toda América Latina. Tendo em vista as influências da hegemonia neoliberal, inaugura-se um processo de individualização da vida social que passa a ser compreendida com um problema isolado, acompanhada pela segmentação, despolitização e refilantropização da questão social, além da implantação de políticas sociais setoriais incapazes de construir um projeto de Educação Superior fundado em valores universais, democráticos e emancipatórios. Somadas a essas determinações contraditórias, nos deparamos com um profundo quadro de recessão que provoca fortes impactos e consequências no mundo do trabalho e, de forma mais expressiva, sob as condições de vida de discentes trabalhadores/as, sendo os mais visíveis a precarização das relações de trabalho, a geração de insegurança e de instabilidade econômica e política, cujas contradições tornam invisíveis o caráter exploratório do trabalho por meio dos mecanismos de consenso e de adesão ideológica, além das dificuldades para conciliar o trabalho com o tripé da universidade (Ensino, Pesquisa e Extensão). A segunda parte do estudo apresenta um panorama acerca dos principais impactos provocados pela pandemia do novo coronavírus (Covid-19), que expõe radicalmente como o sistema capitalista global responde às suas crises sistêmicas desde a década de 1970 do século XX, e que afetam diretamente as condições de vida dos/as discentes por meio da suspensão das aulas presenciais e à adesão ao ensino remoto, das dificuldades de acompanhar as aulas pela internet devido a falta de acesso a recursos tecnológicos, além de inexistirem espaços adequados em suas residências para prosseguirem com os estudos. Além disso, é possível identificar em curso os sucessivos retrocessos acentuados pelo (des) governo de Jair Messias Bolsonaro (2019 – 2022) no campo da educação, uma vez que o Ministério da Educação (MEC) tem sido marcado por várias entradas e saídas de ministros no seu comando ante a um contexto complexo que exige respostas imediatas para que os/as estudantes não sejam mais prejudicados/as em seus estudos, principalmente, os/as que realizarão o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) e irão prestar vestibulares para ingressar ao ensino superior. Por outro lado, também identificamos em curso vários projetos apresentados pelo Banco Mundial para a educação na América Latina, como por exemplo, o Future-se, o REUNI Digital (RD), além das (contra) reformas administrativas a favor da mercantilização financeira e da construção do projeto de universidade do grande capital. Tais projetos em curso contribuem para a sua expansão com a contenção de recursos, sem excluir o caráter fragmentado, multifacetado e privatizado da Educação Superior, influenciada por instrumentos de controle estatal e mercantil que asseguram a reprodução mundial do sistema capitalista. Nesse sentido, nos deparamos com um fator indispensável para as análises subsequentes: embora o novo coronavírus seja democrático, uma vez que toda a população se encontra sujeita a sua contaminação, este não atinge democraticamente todas as pessoas e tampouco produz os mesmos efeitos e riscos sociais às populações em condições de igualdade quando analisadas as suas particularidades. Logo, ao elucidar os desafios enfrentados para a garantia da permanência estudantil, também torna-se imprenscindível realizar a intersecção existente entre as categorias classe social, raça/etnia, gênero e sexualidade, exemplificadas por questões decorrentes das práticas de racismo, machismo, LGBTQIAPfobia, além de outras expressões de preconceito e de discriminação que se fazem presentes nos espaços da educação e que refletem diretamente nas condições de acesso e permanência à Educação Superior pública. Ademais, nos deparamos com uma longa jornada de luta e de resistência contra a ofensiva ultraneoliberal. É preciso caminhar reafirmando nossas forças políticas pela construção de uma universidade popular, universal e democrática, fundada em valores revolucionários que se opõem às determinações contraditórias da ideologia neoconservadora e de seu poder de persuasão. Conforme afirmado por Florestan Fernandes (1994), “que o futuro nos traga dias melhores e a capacidade de construir a universidade que está em nossos corações, nas nossas mentes e nas nossas necessidades”.